
O Brasil atualmente destaca-se como uma potência mundial na agropecuária, figurando como líder na produção de diversos gêneros alimentícios, onde dentre estes, a pecuária merece um destaque especial, seja pelos constantes recordes de produção anualmente superados, pelos avanços tecnológicos que nos colocam na condição de exportador de tecnologia, ou mesmo pelo respeito reconhecidamente obtido junto a instituições mundiais de pesquisa agropecuária.
Vale ressaltar que, para atingir esse patamar, houve um processo lento e metódico para que a ciência zootécnica brasileira fosse edificada e conseguisse alcançar estes patamares. Deve-se destacar principalmente a ação conjunta das universidades, institutos de pesquisa, empresas, sociedades cientificas, órgãos públicos e produtores, que desde a década de 50 vem trabalhando para o fornecimento de subsídios e informações técnicas que permitam fomentar e cada vez mais incrementar a indústria agropecuária nacional.
Neste contexto, destaca-se como um marco para a zootecnia científica nacional o ano de 1951, onde um grupo de pesquisadores brasileiros oriundos de diversas instituições, a partir da constatação que naquela época a comunicação cientifica na área de zootecnia no Brasil era extremamente lenta e difícil, fundaram a Sociedade Brasileira de Zootecnia (SBZ), onde esta teria o objetivo de reger, unificar, acelerar e aperfeiçoar a qualidade da pesquisa científica nacional na área de zootecnia em projetos de curto, médio e longo prazo.
Estes pesquisadores construíram uma rede de relacionamentos pessoais, de trocas de experiências e informações que culminaram com o passar dos anos em encontros periódicos bem definidos, com as reuniões tornando-se anuais a partir de 1969. Neste caso, pode-se afirmar com propriedade que a partir da curiosidade científica, surgiu e desenvolveu-se a SBZ e a própria zootecnia científica brasileira.
Outrora, o grande marco da zootecnia nacional certamente foi em 1966, onde em Uruguaiana (RS), foi fundada a primeira faculdade de Zootecnia do Brasil. Dois anos depois, no dia 4 de dezembro de 1968, a profissão de zootecnista foi oficialmente regulamentada. Mais de vinte anos se passaram até a criação da Associação Brasileira de Zootecnistas (ABZ), entidade esta com o objetivo de dedicar-se prioritariamente aos aspectos das relações sociais de seus membros, bem como primar pela necessidade de aprimoramento contínuo da profissão de Zootecnista através da oferta de cursos e programas de treinamento em diferentes níveis, além de atuar com representação direta pelos direitos profissionais e políticos da classe dos Zootecnistas. Em 24 de setembro de 1988, na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, foi realizada uma assembléia, presidida por Mateus José Rodrigues Paranhos da Costa, onde foi decidida a fundação desta entidade para representação dos zootecnistas no país.
O primeiro passo, então, foi a elaboração e a discussão do estatuto da entidade, o que culminou com a eleição, por aclamação, da sua primeira diretoria executiva. No dia 25 de Outubro de 1988, ocorreu a primeira reunião da diretoria executiva da associação, na sede do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo, onde passou a funcionar a sede da ABZ. A primeira medida encaminhada pela diretoria, foi a de levar aos colegas do país a notícia da criação da ABZ, bem como sensibilizar a todos sobre a importância da filiação à entidade.
E até os dias atuais, ABZ vem atuando incessantemente em prol da classe dos Zootecnistas em âmbito nacional, além de anualmente desde 1991, organizar o Congresso Brasileiro de Zootecnia-ZOOTEC, sendo este o evento de maior expressão da Zootecnia brasileira como ciência e profissão, e realizado em parceria com instituições de alta referência acadêmica e científica, com vertentes nos debates das questões de ensino, temáticas científicas e técnicas contemporâneas e políticas profissionais. Diferentemente dos demais eventos da área da Zootecnia, o ZOOTEC sempre se desenvolve sob uma ampla temática que permeia cada atividade planejada, de tal forma que as posições de reflexão e debates resultam em propostas concretas que são convertidas em atos e moções aos órgãos e lideranças públicas que permitem o devido registro e pleito em cada aspecto discutido e deliberado.